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26 de setembro de 2012

Charles Manson


Quando, em 1970, Charles Willis Manson apareceu, no início de um julgamento, com um “x” na testa, feito à faca por ele mesmo, ele explicou ao grande número de jornalistas presentes que estava se “xizando” do mundo, que estava “saindo fora”. Na verdade, naquele dia ele só estava oficializando isto. Charles Manson, desde criança, já vivia fora deste mundo de regras e leis.
Charles Manson começou a ficar famoso no final do ano anterior, quando foi descoberto o envolvimento de sua “Família” em brutais assassinatos, acontecidos poucos meses antes.

A Manson Family era formada por Charles Manson e um grupo de seguidores seus. Viviam, à época, em um rancho, nos Estados Unidos. Sobreviviam especialmente de atividades criminosas, como furtos. Naquele tempo era comum a existência de comunidades parecidas a esta. Lembremos que foi o ano do Festival de Woodstock.
O Festival de Woodstock foi o auge do movimento “paz e amor”: sexo livre, lama (duas tempestades durante o evento), drogas (LSD e maconha, principalmente)… E, claro, muito rock and roll. Cerca de 500 mil pessoas viram performances hoje históricas de Santana, The Who, Jimi Hendrix, Janis Joplin, entre muitos outros artistas.
Um ano antes, o mundo havia sido sacudido pelas revoluções não-armadas, comandadas pelos jovens e por trabalhadores, ocorridas em vários países. O chamado “Maio de 68″, em Paris, foi o ponto mais alto desta história. Pedia-se mais liberdade, menos leis, menos regras. “É proibido proibir” foi um dos slogans do movimento.
Por tudo isto, a comunidade de Manson não chamava tanto a atenção. De fato, o seu envolvimento com as mortes foi descoberto um pouco por acaso. Em uma batida policial ao rancho, vários integrantes foram presos, por acusações de crimes mais leves. Mas, dentro da cadeia, uma das “garotas de Manson”, Susan Atkins, acabou por falar a uma colega de cela que ela mesma havia matado a atriz Sharon Tate, que estava grávida de oito meses quando morreu. Assustada com os detalhes que ouviu, esta colega de cela fez chegar às autoridades toda a história. E o novelo começou a ser desenrolado…

Infância e adolescência de Charles Manson

Charles Manson nasceu em 1943. Foi gerado por uma gravidez não desejada de uma garota de 16 anos, que havia saído de casa um ano antes, bebia muito e era promíscua, apesar de (ou por causa de?) uma criação religiosa bastante rígida.
Seu pai verdadeiro, Charles nunca conheceu. Herdou o sobrenome “Manson” de um homem com quem a mãe se juntou, relacionamento que durou pouco tempo.
Às vezes sua mãe sumia por dias, e o pequeno Charles Manson ficava aos cuidados da avó. A mãe acabou sendo presa, com um irmão, por roubo armado a um posto de gasolina, e Charles foi parar nas mãos de tios, também bastante conservadores.
O tio reprimia Charles, dizia que ele era afeminado – e, para “consertá-lo”, enviou-o vestido de menina no primeiro dia de aula.
Quando a mãe foi solta, continuou com sua vida anterior: casos amorosos fugazes, pulando de casa em casa, de cama em cama – supostamente, envolvia-se também com mulheres. Charles Manson conta que sua mãe chegou a vendê-lo em um bar, em troca de apenas uma caneca de cerveja, e teve de ser resgatado por um parente.
Ainda criança, Charles Manson começou a furtar, continuamente. Foi mandado para um reformatório, mas ao sair continuou com os delitos. Por volta dos 12, procurou a mãe, que o rejeitou mais uma vez. Outras vezes preso, foi parar em outras instituições. Muitas vezes fugia. Chegou a passar por avaliações psiquiátricas – numa destas, postulou-se que por trás de suas mentiras e frieza estava um garoto extremamente sensível que não havia recebido amor suficiente. Avaliou-se o seu QI, e era acima da média.
Poucos dias antes de ser ouvido para receber uma condicional, em uma destas detenções, Charles Manson sodomizou um garoto, apontando uma faca contra o pescoço do rapaz. Tinha já 17 anos. Charles relata que, nestas instituições penais pelas quais passou, já tinha sido vítima anteriormente de abusos sexuais – sendo que em uma ocasião um guarda incitou os outros garotos a violentá-lo, enquanto permaneceu masturbando-se, ao lado da cena.
Charles Manson foi então mandado para uma instituição mais segura. Não adiantou muito: lá, abusou de outros homens.

 

A vida na prisão

Já em outra prisão, aparentemente mudou de comportamento, subitamente: dedicou-se mais a aprender (finalmente foi alfabetizado) e estava mais colaborativo. Aos 19 pôde sair. No ano seguinte, casou e teve um filho, Manson Jr.. Enquanto isto, trabalhava em serviços de baixa especialização, pelos quais recebia pouco.
Então, para completar sua renda, roubava carros…
Foi parar novamente na prisão. Nisto, sua esposa o largou. Três anos depois, ele saiu da cadeia. Virou “cafetão”, explorando prostitutas. E, claro, ainda era ladrão. Ano seguinte, pego novamente, mas escapou com a ajuda de uma mulher que mentiu estar grávida dele. Mas após dar um golpe financeiro em uma mulher e drogar e estuprar a colega de quarto desta, foi preso. Estava com 26 anos e foi condenado a vários anos de prisão.
Descreve-se que, nesta época, Charles tinha grande necessidade de chamar a atenção para si mesmo. Era manipulador. Falava de filosofias pouco conhecidas na época, como o Budismo e a Cientologia.
Outra obsessão era o quarteto de Liverpool, “The Beatles”. Charles Manson tinha um violão e acreditava que, tendo oportunidade, seria mais famoso que os Beatles. Passava boa parte do tempo na prisão escrevendo músicas.
Aos 32, podendo finalmente ser libertado, quis recusar. Tinha passado mais da metade da sua vida em instituições e disse que não saberia viver lá fora. Estávamos em 1966.

Família Manson

Charles Manson foi obrigado a sair da prisão. Na rua, teve contato com hippies e começou a arregimentar seguidores. Muitos eram meninas bem jovens e emocionalmente perturbadas. Além disso, Manson usava de drogas como o LSD para influenciá-las. Nascia a “Família Manson”.
O já “guru” Charles Manson pregava o abandono das prisões mentais engendradas pelo capitalismo. Consta que a Família acabou por se aproximar das “ciências ocultas”, como a “Ordem Circe do Cachorro Sanguinário” (!).
O grupo acabou conhecendo Dennis Wilson, da banda Beach Boys, muito famosa à época. Tentaram explorá-lo, mas ele logo se livrou de Manson.
Em 68, a Família Manson foi parar no rancho onde se estabeleceriam em definitivo, o “Rancho Spahn”. Eles sobreviviam não só de roubar, mas também de outras atitudes pouco convencionais, como procurar comida em restos de restaurantes. Charles Manson ainda tentava gravar um filme ou um disco. Um produtor, chamado Melcher, recusou o que na cabeça de Manson seria um fato consumado: a gravação e lançamento de seu disco.




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